quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Desejos de Ano Novo

Desejo que o Ganso seja o Pita, não o Ricardinho.
Desejo que o LF9 vá ao psicólogo com freqüência.
Desejo que o Breno se regenere e volte a jogar bola.
Desejo que o Lucio só faça lambança em jogos pouco importantes.
Desejo que o Ney Franco aprenda a substituir. Ou que cuide apenas do posicionamento, da estratégia e da tática e deixe o Rogério definir as substituições.

Desejo que a gente elimine o Corinthians nas semi da Libertadores, com duas vitórias acachapantes, incontestáveis. Ou nos pênaltis, com o Chicão, o Emerson e o Jorge Henrique errando as cobranças.
Desejo que a gente ganhe a Recopa com o Corinthians se recusando a voltar para o segundo tempo. E com o Danilo dando entrevista depois se dizendo envergonhado, que isso nunca tinha acontecido antes na carreira dele.

Desejo que o Bayer ganhe a UCL, pois já ganhamos de espanhol, italiano e inglês no Mundial, só falta os alemão.

Desejo que o Palmeiras passeie na Segundona, que seja campeão com 8 rodadas de antecedência e bata o ‘recorde’ do Corinthians. E que a Globo dedique uma série especial à essa rivalidade de segunda.

Desejo que o Neymar continue encantando o mundo, que faça 70 gols no ano, um mais lindo que o outro. E que o Santos perca 50% dos jogos por 4x3.

Desejo que o Galo ganhe o Mineiro e a Copa do Brasil, pro Ronaldinho poder continuar jogando sem pressão.

Desejo que o Grêmio perca na Pré-libertadores e nem classifique para as finais do Gauchão. E que o Luxa seja substituído após um empate sem gols com o Brasil de Pelotas na Arena.

Desejo que o Flamengo perca a semifinal da Taça Guanabara para o América e a da Taça Rio para o Duque de Caxias. Que o Dorival caia e o Luxa assuma, que o Adriano seja reintegrado e que o time passe 30 das 34 primeiras rodadas na zona de rebaixamento. Que ele dependa de uma vitória do São Paulo na última rodada pra não cair. E que o Joel já esteja apalavrado para 2014.

Desejo que o Guardiola assuma o City no meio do ano e que ganhe o Inglesão com 10 rodadas de antecedência.

Desejo que o Mou pare de estragar o Real ainda esse ano. Que ele volte ao Chelsea. Que apanhe do City em todos os encontros e reclame na imprensa que os árbitros protegem os times do Guardiola.

Desejo que o Atlético de Madri consiga manter o ritmo do Barça ao longo do ano e que assuma a ponta na última rodada, quando os catalões se dividirem entre a final da UCL, a Copa del Rey e o Espanholão. E que o Falcão marque mais gols que o CR9 e apenas 2 a menos que Messi no ano.

Desejo que o Napoli brigue pelo título no Italianão. Que Cavani marque tantos gols quanto o Falcão no ano.

Desejo que o Lucas seja protagonista no PSG. Que tenha tanto sucesso quanto o Raí.

E desejo que a Copa das Confederações seja um sucesso de organização. Mas quanto a esse último, não tenho muita esperança, não.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Curtas da Lui

A Lui está deitada na cama vendo um movie. Eu pergunto se posso deitar junto.
- C'alo que pode - diz ela, sem tirar o olho da tela.
De repente, ela vira pra mim e diz:
- Suco!
Eu dou aquele suspiro resignado e digo algo como "agora que eu acabei de deitar?". Ela me faz um gesto de 'não te preocupes' e diz:
- A minha mãe pega. MAMÃE!

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Manhã de sexta-feira, a Lui começa a chamar:
- Mamãe...mamãe! MAMÃE!
Como a mamãe já está a caminho de São Bernardo, lá vou eu. Sou recebido assim:
- Oi, papai! Você pode me trazer uma mamãe?
Eu pergunto se ela quer a mamãe do armário ou a da geladeira.
- Pode ser uma mamãe Sandrinha, tá?

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Lui e a Geladeira Pequena

Hoje de manhã, fui levar o leitinho da Lui - que, como já informou a mamãe Sandra no Facebook, agora é com chocolate. Porém, acho que pus pouco chocolate. Ela pôs na boca e devolveu ‘esse não, eu quero com chocolate’. Eu disse que esse era o com chocolate.
‘Não, eu quero o leitinho de verdade’.
Esse é o leitinho de verdade, princesa.
‘Não, eu quero o leitinho da Geladeira Pequena!’.
Qual Geladeira Pequena, Lui?
‘Da Geladeira Pequena!’.
Sem muita opção, eu voltei pra cozinha, pus mais chocolate e levei pra ela. Tomou tudo.

Depois, quando começamos a discutir se ela ia ou não por a calcinha e se os fantasmas eram mesmo assustadores, eu perguntei qual era a Geladeira Pequena.
‘Vem ati que eu vou te mostrar!’ e pulou da cama. Foi até a cozinha comigo nos calcanhares (não queria perder um centímetro dessa), passou reto na geladeira (doravante chamada de Geladeira Grande), parou na frente do armário onde guardamos sucos e leite e apontou ‘Essa! É a Geladeira Pequena!’.

Ou seja, no próximo censo do IBGE, vou responder que temos 2 geladeiras, a Pequena e a Grande.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

De antis e ódios

Disclaimer: tudo nesse post vai de memória, sem verificação de fontes, nada. Os dados que forem incluídos o serão para ilustrar a minha percepção do que aconteceu. Se quiser os dados reais das partidas, times e campeonatos citados, por favor, não se fie na minha memória e pesquise no Google.

Minha primeira lembrança de um jogo de futebol foi um São Paulo x Portuguesa no Morumbi. Lembro que fui com meu pai, lembro que era uma tarde ensolarada, lembro que quando eu sentava na arquibancada de concreto, meus pés não tocavam o chão. Ah, lembro também que um cara da Portuguesa tentou fazer um gol do meio de campo, a bola passou do goleiro, mas pegou na trave. Não lembro quanto foi o jogo, qual era o campeonato ou se valia alguma coisa.

O primeiro jogo que eu realmente lembro de detalhes maiores foi Guarani 3 x 3 São Paulo, final do Brasileiro de 1986. Vimos pela TV, mas com o som desligado e o rádio na Jovem Pan. O jogo foi no Brinco de Ouro da Princesa (lembro do Wanderlei Nogueira dizendo 'isso sim é nome de estádio!'). De memória, o São Paulo tinha Waldyr Perez, Zé Teodoro, Wagner, Fonseca, Nelsinho, Silas, Pita, Muller e, principalmente, Careca. O Guarani tinha Sergio Néri, Boiadeiro e, principalmente, Evair. O Evair foi meu primeiro vilão no futebol! Era ele quem queria evitar que o meu time, o time do Bem, fosse campeão! O Careca, em contrapartida, foi meu primeiro herói - e nada mais heróico que empatar o jogo no último minuto do segundo tempo da prorrogação da final do campeonato. Nem lembro se ele fez o seu penalti depois, mas lembro que fomos campeões - ou seja, o Bem venceu o Mal, como toda criança gosta. Talvez por isso eu tenha perdoado o Evair anos depois.

No ano seguinte, lembro de alguns flashes de jogos da Libertadores. Contra o Cobreloa, no Chile (que criança esqueceria um time chamado Cobreloa?), quando meu pai me deu a primeira aula de fundamento de goleiro em uma defesa do Waldyr ('qualquer goleiro com menos fundamento teria espalmado para escanteio, mas olha como ele faz, puxando a bola para frente...'). Também lembro que teve algum rolo no tapetão entre São Paulo e Cruzeiro na Copa União, o que me levou a rasgar a figurinha do Careca Bianchesi (a repetida, claro) como protesto. O São Paulo não foi longe na Libertadores e o Guarani não jogou a Copa União, então coube ao Cruzeiro assumir o papel de vilão futebolístico (o Mal), imprescindível à qualquer torcida. Lembro que na final, torci pelo Inter por causa do Taffarel e do Luis Carlos Winck, figurinhas carimbadas do meu álbum, mas não foi nenhum grande desgosto ver o Flamengo campeão.

Depois, lembro de um Paulista em que São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos chegaram nas semis e isso não acontecia há algum tempo. O Corinthians tinha Carlos, Edson, Wilson Mano, Dida, Biro-biro, Everton e Edmar. O Palmeiras tinha o Zetti e o Edu Manga. O São Paulo tinha Gilmar, Pita, , Edvaldo e Neto. O Santos tinha Rodolfo Rodrigues. Lembro de um São Paulo 3x3 Corinthians (com 3 do Biro-biro), de um gol do Neto de falta no Palmeiras (no que deve ter sido o maior frango da carreira do Zetti) e de ouvir São Paulo x Santos no rádio na casa da minha avó. Mas nenhum deles era o Mal. Nenhum deles botava medo. Jogar contra eles era até mais legal que contra os outros.

Em 89, o Vasco encarnou o Mal de tal forma que só foi perdoado no ano passado, depois de uma purgação pela Segundona e de se livrar do Eurico. Final do Brasileiro, jogo no Morumbi, o Vasco jogava por uma vitória para ser campeão. Se empatasse ou se o São Paulo ganhasse, teríamos um jogo de volta no Maracanã. Meu pai havia prometido que se tivesse jogo de volta, nós iríamos para o Rio assistir! Eu nunca tinha ido a outro estádio que não o Morumbi - ou seja, torci como nunca nesse dia. Porém, aos 40' do 2º o Bismarck me cruza uma bola da direita, o Sorato cabeceia no canto e o Gilmar espalma para dentro. Final, 0x1. Até hoje, eu nunca vi um jogo no Maracanã.

No ano seguinte, finalmente, o Corinthians entrou para a lista de componentes do Mal, ao ganhar o Brasileiro da gente. Com Ronaldo, Paulo Sergio, Guinei, Ezequiel, Wilson Mano (que fez um gol de joelho no jogo de ida da final) e Tupãzinho (que fez um gol de carrinho no jogo de volta) e mais um elenco limitado, eles tiraram o que seria o primeiro título do embrionário time do Telê, já com Zetti, Cafu e Mario Tilico, que eu me lembre. Mas nem aí o ódio foi tão forte, pois pouco depois teve aquela célebre final do Paulista com os 3 gols do Raí para compensar.

No outro ano, ganhamos o Brasileiro em cima do Bragantino de LuxemburgoMauro Silva, Silvio, Ronaldo Alfredo, Gabriel e Marcelo - e não dá para não simpatizar com uma história de Cinderela como a deles. Deu até uma certa dor no coração acabar com o sonho, mas simplesmente não dava para perder três Brasileiros seguidos. E o Muller até tentou, furando bisonhamente a bola em que, no rebote, o Mario Tilico fez o gol do título.

Na Libertadores, pegamos o Criciúma de Felipão e Jairo Lenzi, mas o que assustou mais foi a tal altitude, quando jogamos no Peru (ou seria Bolívia?). Lembro de ganharmos do Flamengo com um golaço do Palhinha e um gol perdido incrível do Catê, de passarmos pelo Barcelona (EQU), de uma bola na linha que o Ronaldo Luis salvou contra o Cerro Porteño e de chegarmos na finalíssima contra o Newell's Old Boys, o primeiro integrante do eixo do Mal estrangeiro, do temido Gamboa (ou Gangorra, como dizia o Macedo). Lembro que eu odiei o Ronaldão até o fim dos penaltis (como é que um zagueiro daquele tamanho bate o penalti fraquinho no meio do gol?), mas depois passou.

Nesse ano, fizemos o tradicional (naquela época) passeio pela Europa no meio do ano, jogando o Teresa Herrera e o Ramón de Carranza. Lembro que ganhamos ambos, goleando o Real Madrid por 4x1 em um e o Barcelona  por 4x0 em outro. O time do Telê jogava por música. E no fim do ano, ganhamos de novo do Barcelona de Zubizarreta, Bakero, Nadal, Guardiola e Stoychkov. Lembro de ter assistido sozinho, na cama dos meus pais, que estavam fora por algum motivo.

O único vilão esse ano foi o Vasco (outra vez) de Bebeto e Carlos Germano. Com a agenda lotada por causa dos torneios de verão europeus, o São Paulo acabou jogando a sua classificação para as finais do Brasileiro logo depois da final do Mundial. Foi contra o Vasco, em São Januário, e precisávamos de uma vitória simples contra um time já eliminado (depois de liderar a fase de classificação, diga-se de passagem). Pois o time esteve irreconhecível e tomamos de 3x0 - o primeiro gol, inclusive, foi numa batida de roupa do Zetti. Bem-feito pro Vasco, que acabou vendo o Flamengo campeão.

No outro ano, outra Libertadores. Naquela época, o campeão do ano anterior não jogava a fase de grupos, então o São Paulo estreou direto no mata-mata. E pegou, logo de cara, o Newell's de novo! Lembro que entramos dormindo no jogo na Argentina e perdemos de 2x0. No jogo de volta, o Telê armou uma marcação pressão na saída de bola tão eficiente que os argentinos não passaram do meio de campo até o intervalo. Virou 3x0 para nós e acabou 4x0, com direito ao único golaço do Dinho que eu consigo lembrar.

A final contra a Universidad Católica foi um 5x2-fora-o-baile, mas esse eu lembro de detalhes mais vívidos, pois estava no Morumbi. Lembro do Gilmar ter tentado atrasar uma bola para o Zetti sem ver que ele não estava no gol - o Zetti acabou evitando o gol e o juiz se confundiu, não marcando a recém-criada atrasada. Lembro do golaço por cobertura do Muller, que foi bem na minha frente. Lembro de uma sequência espetacular de defesas do Zetti, que foi no gol do outro lado. E lembro de ter saído de lá com a sensação de que ganharíamos assim sempre.

Ledo engano. O vilão seguinte foi um dos mais doloridos, já que foi o primeiro que triunfou sobre nós após atingirmos esse nível de excelência. O Velez Sarsfield, do goleiro bad boy José Chilavert, nos superou nos penaltis em pleno Morumbi. E para piorar, naquela época nascia o Palmeiras-Parmalat, que seria o nêmesis do São Paulo do Telê até o fim de seus dias. Ganhamos deles naquela Libertadores, com duas atuações de gala do Zetti, mas isso não ia se repetir para sempre. Esses foram meus primeiros inimigos fidagais, daquele que você torce para que perca até o par-ou-ímpar: Velez e Palmeiras. Chilavert e Luxemburgo herdaram esse meu ódio, depois.

Foram alguns anos torcendo contra o Palmeiras - o Velez acabou sumindo rápido. E anos negros, em que eles tinham Velloso, Cafu, Antonio Carlos, Roberto Carlos, Evair, Djalminha, Edmundo, Mazinho, ZinhoRivaldo e a gente se virava com Valdir Bigode e Euller. Mentira, também tínhamos Leonardo, Válber, Palhinha, França e Vágner, mas não dá para negar que os céus verdes eram muito mais estrelados. De qualquer forma, a partir de 98 nós paramos de fazer frente ao poderoso suíno e passamos a sucumbir ao ascendente Corinthians de Marcelinho Carioca. Nunca foi tão fácil identificar o Mal: além de ganhar do meu time, o vilão ainda tinha caráter duvidoso. E era bom no que fazia. Praticamente um estereótipo de vilão de história em quadrinhos.

Em 98 e 99 o ex-vilão Palmeiras, através de São Marcos, passou a nos vingar das derrotas para o Mal. E elas foram muitas, as derrotas, fazendo com que os corinthianos apelidassem o Morumbi de seu 'salão de festas'. Foram anos doídos, em que a perspectiva de um jogo contra eles já me deixava agoniado - era a certeza de ver o Gil deitando e rolando para cima do Julio Santos e do Liédson passando por cima do Jean. Triste, muito triste, o período mais negro da minha história de torcedor. E perdurou até 2002, quando montamos os Galáticos do Morumbi, com Ricardinho, Kaká e Luis Fabiano, além de um supporting cast razoável.

Nesse ano, eu estava confiante de encarar o Corinthians de igual para igual - o time deles continuava forte, que fique claro - mas havia uma pedra no meio do caminho. O Santos, que nunca havia sido nada de mais a meus olhos, pôs as manguinhas de fora. Com uma geração de ouro da base e algumas peças que se encaixaram por mágica (Fabio Costa, Maurinho, Alex, André Santos e Léo, Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego, Alberto e Robinho), eles trucidaram o time do Bem em todas as chances que tiveram. E ainda dançaram em cima do símbolo, no Morumbi.

Bom, o Santos seria o novo time do Mal, mas eu nunca consegui torcer contra eles de verdade. Sei lá, o Santos é um time simpático. Não tenho problemas em vê-los ganhar, nem nunca tive - desde que não seja da gente, claro. Assim, o posto máximo do Mal ficou vago por um tempo - até 2004, mais ou menos. Foram tempos turbulentos para os lados do Morumbi, com uma eliminação na semifinal da Libertadores para o glorioso Once Caldas (que nem chegou a ser do Mal, de tão insignificante) e uma chuva de pipocas na saída do Fabuloso.

Depois veio 2005, com tudo o que ele teve de bom. Ganhamos o Paulista ao natural, a Libertadores sem muito susto (apesar do esforço sobre-humano do Atlético-PR para forjar uma 'rivalidade' conosco) e, para compensar, o Mundial mais sofrido da história, contra o Liverpool. Eu vi o jogo sozinho em casa - a atuação de goleiro mais decisiva da história do futebol - e depois recebemos alguns amigos para um churrasco, nada a ver com o futebol. Fiquei impressionado com o ódio de um dos presentes, corinthiano, para com a galera que estava comemorando. Isso porque eles tinham ganho o Brasileiro esse ano! Mas, realmente, eles tinham razão de nos odiar, pois naquela época os nossos confrontos eram bem desiguais. Lembro que derrubamos 2 ou 3 técnicos deles na sequência (Passarella, nos 5x1 do Pacaembu, Tite, naquele em que o Coelho perdeu um penalti e o Kia foi no vestiário reclamar, e mais um interino que não lembro) e ficamos quase 3 anos sem perder - até aquele 1x0, gol do Betão, no Brasileiro do rebaixamento deles. O Mano Menezes, aliás, foi elogiado por ter passado um ano sem perder para o São Paulo.

Mas o Mal não estava adormecido. Nessa época, ele encarnou no Internacional, que não contente em nos tirar o bi da Libertadores, ainda tentou disputar o título Brasileiro de 2006 com a gente. A derrota para o Inter foi doída, mas não gerou tanto ódio - o time deles era muito bom, com Sóbis Fernandão. Até torci por eles contra o Barça. O ódio só veio depois do caso Oscar mesmo.

Em 2007, paramos no Grêmio, em 2008 no Fluminense e em ambos, levamos o Brasileiro para compensar - nenhum ódio envolvido. Em 2009 é que foi inconcebível, perdemos para um Inter capenga (Mazembe que o diga) e ainda deixamos escapar o quarto Brasileiro consecutivo em um jogo despretencioso contra o Goiás - nesse caso, o ódio não era muito direcionado, não tinha um vilão caracterizando o Mal. Quer dizer, até tinha: nesse meio tempo, o Corinthians, incomodamente, começou a se recusar a perder da gente! Essa época, sim, foi de ódio: não ganhávamos nada, nem do Corinthians! Foram mais (acho que) 2 anos até que o ódio passasse - lavado com uma vitória e o 100º gol do Rogério Ceni.

De lá para cá, o São Paulo entrou em uma ebulição interna tão grande que perdeu o sentido procurar vilões nos nossos adversários. Não foi o Avaí ano passado nem o Coritiba esse ano que despertaram meu ódio, mas sim o Juvenal, o Adalberto e o Jesus Lopes. Os adversários, Corinthians e Palmeiras included, parecem mais se solidarizar com essa cruz que ora carregamos e que eles tão bem conheceram.

Enfim, já fui anti-corinthiano, anti-palmeirense e anti-inter (esse, ainda sou). Torço contra com todas as forças quando um time se opõe aos esforços do São Paulo para ser campeão, como os times acima citados fizeram acintosamente. Porém, não é esse o caso hoje em dia. O São Paulo é que se opõe aos seus próprios esforços. Acintosamente.

Além disso, esse time do Corinthians é até que bem simpático, tirando as laranjas podres de costume (Emerson, Chicão, Jorge HenriqueAndrés). O Danilo, por exemplo, é um que merece esse título.

Enfim, não chegarei a ponto de torcer a favor do Corinthians, mas não me importo tanto se ele ganhar. Posso simplesmente sentar e aproveitar o jogo.

sábado, 2 de junho de 2012

Crimine Nocet Divinitatis*

Cristiano Ronaldo já é um dos monstros sagrados da bola, mesmo antes de ter alcançado o auge de sua carreira. Só não está mais alto na cadeia alimentar por ter que dividir as luzes da ribalta com ninguém menos que Lionel Messi - da mesma forma que monstros sagrados d'antanho foram subvalorizados por coexistirem com o Pelé.

Anyway, o caso é que nem os monstros sagrados estão livres do escrutínio e dos humores dos deuses do futebol. E poucas coisas irritam mais os supracitados deuses do que isso aqui. É praticamente uma afronta direta, um xingar a mãe dos deuses.

Felizmente para o balanço do universo, esse tipo de coisa não fica impune por muito tempo...

* Crime lesa-divindade, em latim

terça-feira, 29 de maio de 2012

Crônica de uma semifinal para a história

Cenário: O campeonato interno do C. A. Paulistano sempre teve 4 ou 5 times fortes e 3 ou 4 sacos de pancada. Esse ano, devido ao amadurecimento dos garotos que começaram ano passado (a Inter de Milão), à redistribuição de alguns jogadores e ao surgimento de um time fortíssimo de garotos sub-alguma-coisa (a Portuguesa), o campeonato mudou completamente de figura: são 7 times brigando ponto a ponto por 4 vagas, 1 time que vendeu caro a derrota em quase todos os jogos e somente 1 saco de pancadas. Para se ter uma idéia, ficaram de fora das semifinais o atual campeão (Manchester) e o novo time de galáticos (Galo).

Personagens: O meu time (Fenerbaçhe) era a quinta força dos campeonatos passados. Tínhamos um time excelente no papel, mas alguma coisa sempre dava errado em campo - nervosismo, key players indo mal, reclamações com o juiz, etc. Fato é que nós fomos carta fora do baralho nas discussões do título nos últimos três ou quatro campeonatos - até que chegou 2012.

Não sei dizer direito o que mudou - as profecias Maias, algum alinhamento interplanetário, forças ocultas manobrando para tomar o poder - mas esse ano nós passamos de zebras a contenders. O time ficou mais focado, parou de brigar entre si e com o juiz, os franchise players passaram a jogar o que deles se cobrava e as contratações (cirúrgicas, diga-se de passagem) renderam até mais do que se esperava. Enfim, fizemos um excelente primeiro turno, encaramos de igual para igual os principais times do campeonato e nos classificamos em 3º lugar para as semifinais - com a mesma pontuação do 2º, aliás, mas perdendo nos critérios de desempate.

O adversário foi esse tal 2º, a já citada Portuguesa. Um time formado predominantemente por garotos de alguma seleção de base do clube (sinceramente, não me arrisco a chutar a geração), com alguns reforços da velha guarda. Ah, e é importante frisar, um time muito forte.

Tão forte que não se limitou a dar trabalho aos so called 'grandes'. Disparou na ponta no início do campeonato (um pouco favorecido pela tabela, acredito) e se consolidou como uma das forças do torneio, sacramentando sua classificação para as semis com uma vitória sobre o Manchester - vitória, aliás, que eliminou os detentores do título desse primeiro turno.

Histórico: Fener e Lusa se enfrentaram em um momento nevrálgico da temporada para ambos. A Lusa liderava, mas ainda não tinha sido efetivamente testada. Ganhara dos times menores, dois deles perigosos até, mas jogos que qualquer um que quisesse brigar para classificar tinha que ganhar. Em suma, era um time promissor, mas que ainda despertava desconfiança. O Fener vinha de dois empates-com-sabor-de-derrota contra os grandes e duas vitórias contundentes contra os pequenos. Em suma, começava a sacudir o complexo de vira-lata para longe.

A Lusa venceu por 3x1, mas as circunstâncias do jogo permitiram ao Fener não sair desmoralizado - nesse jogo, eu machuquei aos 10 minutos, tomamos um gol contra, um em um penalti besta e outro no contra-ataque nos minutos finais, quando pressionávamos em busca do empate. Saldo final, Lusa se firmando entre os grandes e Fener com justificativas para não desanimar - embora essa derrota viesse a custar caro mais tarde.

Após esse embate, o Fener se recuperou e engatou duas vitórias seguidas - uma delas em uma verdadeira batalha contra o Manchester - e chegou na última rodada precisando de um empate para classificar. O adversário era o Galo, time que mais se reforçara na pré-temporada, mas que demorara para engrenar e chegava na última rodada precisando ganhar para não depender de uma derrota improvável do Grêmio, seu adversário direto na luta pela vaga.

Fener x Galo também foi um jogo épico, mas não é o foco dessa crônica. Basta dizer que o Galo, após muito insistir, conseguiu abrir o placar aos 38' do 2º tempo e que o Fener empatou aos 43'. Uma classificação milagrosa, na raça.

Como já foi dito, a Lusa se garantiu eliminando o Manchester e, na última rodada, acabou levando uma goleada do Atlético-PR, o eterno favorito, que assumira a ponta irrefutavelmente. Mas essa classificação heróica não foi nada perto dos problemas de bastidores da equipe.

Após a última partida da Lusa no 1º turno, surgiu uma denúncia - prontamente comprovada - de que a equipe teria usado um jogador irregular durante todo o campeonato. A denúncia foi apurada pela Secretaria de Esportes e o Comitê de Patronos decidiu manter a pontuação da Lusa no 1º turno, mas a puniu com a perda de 6 pontos no 2º turno. Não sei dos detalhes do caso, mas, pessoalmente, achei que ficou até barato. Pois não foi o que achou o patrono da Lusa, que se disse injustiçado e que seu time 'responderia na bola essa injustiça'. Aquele discurso blasé de 'contra tudo e contra todos' que se banalizou no futebol nos últimos tempos.

Prelúdio: De um lado, com 15 pontos em 8 jogos, a Lusa, equipe sensação do campeonato, que vinha com a faca nos dentes (futebolês para o termo 'motivada por uma self called injustiça'). Do outro, também com 15 pontos, mas perdendo no confronto direto, o Fener, equipe em franca recuperação e disposta a mostrar que a derrota do turno tinha sido circunstancial. Vale a vaga na final do 1º turno. Ah, sempre é bom lembrar que a equipe de melhor campanha (no caso, a Lusa) joga pelo empate no tempo normal. Ou seja, para o Fener é win or go home.

Ato I: Bola rolando, o Fener com a iniciativa, mantendo a posse de bola e estudando o adversário. 80 minutos (sim, os jogos são 40' por 40') eram mais do que suficientes para fazer o gol da classificação, não havia porque se afobar. Porém, na primeira chegada da Lusa ao ataque, saiu um escanteio. Na cobrança, um desvio fortuito no primeiro pau tirou toda a minha zaga do lance e apareceu um lusitano sozinho no 2º para fazer 1x0.

Assimilado o golpe, Fener volta a tocar a bola, mas já começam a espoucar os lançamentos longos (sinal claro de que o time está nervoso). Para piorar a situação, em uma saída de bola errada da zaga, um atacante chega na linha de fundo e cruza para trás para o outro, que chega batendo e faz 2x0. Não devia ter nem 20' de jogo.

Um dos 'veteranos' que compõem o grupo da Portuguesa é o Polonês (por razões óbvias, não vou nem tentar escrever o sobrenome dele). Ele é um centroavante dedicado, mais brigador do que técnico, mas que sempre guarda um golzinho em mim. No passado, era quase sempre um gol na raça - e de honra, já que ele jogava em um dos times fracos do campeonato.

Pois nesse ano, não foi bem assim. Lançaram uma bola a meia altura e ele deu um tapa por cima do meu zagueiro. Dizem as más línguas que ele errou o domínio - difícil dizer, uma vez que o resultado foi um chapéu que o Neymar podia assinar sem constrangimento - mas o fato é que esse movimento o deixou na cara do gol. Na minha cara. Eu fechei o ângulo e me preparei para tentar buscar uma pancada em um dos cantos, mas ele só deu um toque sutil, que me encobriu e morreu na redinha do lado. Um gol de craque - o que já desmoraliza um tanto quem toma - colocando 3x0 no placar. A gente precisava ganhar, lembra? A moral não podia ser pior no lado turco da semi. Fim do Ato I.

Ato II: Porém, comprovando sua mudança de atitude e (principalmente) de mentalidade, o Fener não abandonou o jogo. Em outros tempos, essa situação equivaleria a jogadores batendo boca entre si, expulsões bestas e uma goleada vexatória, capaz de desanimar para o resto do campeonato. Pois não foi o que se viu. O Fener começou a ser mais incisivo (mesmo que ainda abusasse dos lançamentos, consagrando o zagueiro adversário), a criar chances meio tímidas...e foi em um cruzamento despretencioso do Cardoso da esquerda que a bola desviou na zaga e foi parar no fundo das redes lusitanas. 3x1, still a mountain to climb.

Mal a Portuguesa deu a saída, o Moisés já recuperou a bola e lançou o Lippi. Que chutou cruzado. E, no rebote do goleiro, o Giuli apareceu para fazer 3x2. Será...?

Já nos acréscimos do 1º tempo, uma jogada espetacular do Cardoso, que girou no meio de três marcadores e fuzilou o goleiro: 3x3! Fim do 1º tempo. Um jogo aberto, mas com a vantagem psicológica para o Fener.

No início do 2º tempo, após pressionar um pouco, finalmente passamos à frente: Lippi se livrou da marcação dentro da área e sofreu o penalti. Tenho certeza que 99% dos presentes pensaram em Robben, Cech e os efeitos da pressão sobre os cobradores em penaltis decisivos. Mas não o Lippi, que só deslocou o goleiro para virar: 4x3 Fener!

Convenhamos que uma virada milagrosa e um gol antológico já seriam o bastante para incluir o jogo no panteão dos melhores da história do CAP. Porém, ainda tínhamos mais de metade do 2º tempo pela frente - e algumas surpresas também.

A partir daí, os papéis se inverteram. A Lusa passou a buscar mais o jogo, a atacar mais, mas deixava espaços na sua defesa para os contra-ataques do Fener. Danton, o goleiro da Lusa, fez uma ponte espetacular em um chue cruzado do Lippi e a zaga desviou um chute do Giuli que tinha endereço certo. O jogo estava bom para o Fener, mas a Lusa conseguia encaixar alguns jabs, principalmente em escanteios e laterais perto da área. Fim do Ato II.

Entreatos: Devíamos estar próximos aos 25' do 2º quando o lance que vai marcar esse jogo aconteceu. Sim, mesmo com gol antológico e virada espetacular, ainda tinha algo ímpar, algo raro para diferenciar esse jogo dos demais. Após um escanteio do Fener, a bola sobrou com o Caio na ponta direita. Como é tradicional em bolas nessa posição, o Caio driblou seu marcador para a esquerda e bateu. A bola entrou no gol vazio, pois Danton havia abandonado a meta para prestar auxílio (leia-se 'alongar') ao Moisés, meia do Fener que havia se machucado (leia-se 'tido câimbra') no escanteio. 5x3, o que constituia uma vantagem considerável tanto na prática quanto no lado psicológico da Portuguesa.

A equipe da Lusa ficou transtornada com a suposta falta de fair play, mas a verdade é que o Caio não tinha visto o que aconteceu na área - nem seu marcador, diga-se de passagem. Quando se esclareceu o ocorrido, o Fener decidiu devolver o gol à Lusa e o Lippi, fominha que só ele, foi o responsável pelo tento. 5x4, temos um jogo novamente.

Ato III:  A partir daí, a Portuguesa passou a lutar pela sobrevivência e o Fener, para confirmar sua história de superação. A pressão lusitana nem era tão grande - eu peguei umas duas bolas boas, no máximo - mas o Fener já não tinha mais gás para contra-atacar como antes.

Quis o destino que a peleja ainda passasse por mais uma trágica inversão de papéis antes do seu final. Em um lateral próximo à área, a bola foi desviada por três defensores do Fener na sequência, sem que nenhum conseguisse afastar definitivamente o perigo, e acabou nos pés de um atacante lusitano no 2º pau. Ele dominou e bateu no meu contrapé, na redinha do lado. 5x5, com requintes de crueldade.

Ainda faltavam aproximadamente 10 minutos, mas nós já não tínhamos nem pernas, nem oxigênio no cérebro para tirar outro coelho da cartola. Mesmo assim, o Caio ainda obrigou o Danton a fazer um milagre em um chute no ângulo.

Após o fatídico apito final, uma festa portuguesa, com certeza. Um final triste e melancólico para o que foi o maior jogo já visto no Arthur Friedenreich - pelo menos para nós, claro. Fim do Ato III.

Conclusão: Apesar da tristeza por não estarmos na final, estou profundamente orgulhoso de fazer parte desse time. A garra que demonstramos para recuperar esse jogo perdido diz muito sobre o nosso caráter e sobre a nossa resiliência. Nós temos que chorar essa eliminação sim, nunca devemos sair felizes com uma derrota, mas não há motivo para desespero. Fener, nós saímos do 1º turno para entrar para a História.

E que o 2º turno nos aguarde...

domingo, 6 de maio de 2012

Pitacos avulsos

Fazendo uma análise relâmpago de Guarani 0x3 Santos (vendo só os gols, diga-se de passagem), tive um insight: essa pressão toda para o Neymar ir para a Europa não se justifica. Aqui no Brasil ele está evoluindo a olhos vistos, fazendo algo novo a cada jogo, com tão poucos buracos em seu repertório que seus detratores são obrigados a apelar para uma suposta tendência ao cai-caísmo do garoto (confesso que concordo com eles, os detratores, mas só quando o Neymar enfrenta o São Paulo).

Já o Ganso é outra história. Extremamente talentoso e cerebral, mas ainda com falhas de fundamento semi-básicas - o pé direito dele, por exemplo, não deve servir nem para subir no ônibus. Hoje, no 2º gol ele só não entrou de bola e tudo porque fugiu do domínio com o pé ruim. Esse é o tipo de coisa que se deixa passar no Brasil, em nome do talento, da extrema aptidão que o craque tem em outras funções do jogo. Na Europa, ele ficaria todo dia depois do treino praticando o pé ruim.

Não é que os europeus são melhores que nós, longe disso, mas que culturalmente eles se preocupam mais com os fundamentos do que a gente - com as honrosas exceções de praxe: Telê fazia o Cafu treinar cruzamento todo dia e ele nunca teve uma média de acertos tão boa quanto a do começo da carreira, no São Paulo.

Em síntese, acho que o Neymar está com a carreira no caminho certo (apesar do seu empresário), mas que o Ganso (e a seleção brasileira) se beneficiaria muito de uma transferência para a Europa agora, quando seu jogo ainda pode ser moldado.

terça-feira, 13 de março de 2012

Mão Trocada

E não é que Lionel Messi, o ser mais poderoso do Lado Negro da Força (aquele que inclui os atacantes em geral e os do time adversário em particular), resolveu fazer um bico como Jedi num treino?


Evolução natural da carreira

Apesar do louvável esforço diplomático (mesmo depois de trucidar o alemão Bernd Leno aqui), sou obrigado a apontar para La Pulga que bolas altas devem ser defendidas com a mão trocada. Essa bola seria muito mais fácil de alcançar com a mão esquerda.

Mas, para que o Messi não se sinta desprestigiado por isso, vale dizer que uma defesa 'errada' é sempre pereferível a um gol tomado com o movimento 'certo'. Por exemplo, a defesa mais famosa da carreira do Rogério Ceni foi feita com a 'mão errada'.
 
Quase, né, Gerrard?

Mais do que facilitar as defesas, os movimentos 'certos' servem para possibilitar a defesa em situações onde a única outra alternativa seria o gol - que, convenhamos, é mais catástrofe que alternativa. Nos exemplos acima, a 'mão errada' serviu muito bem para o Rogério e o Messi, mas ela dificilmente serviria para o Stekelenburg na última Copa, naquele chute por cobertura do Kaká.
 
Se essa entra, nem o Felipe Melo estragaria...

Como também não serviu para o Julio César no 100º gol do Rogério.


Se fosse com a mão certa, nem teria que discutir se é 98º ou 100º...

A mão trocada é um recurso extremamente útil para qualquer bola alta, acima da linha do pescoço do goleiro, uma vez que amplia o alcance da defesa. Em muitos casos, ela é o único recurso. Isso é fácil de comprovar, nem precisa de bola ou gol: incline seu tronco lateralmente, como se estivesse fazendo uma defesa. Agora, imagine que tem uma bola acima da sua cabeça e tente alcançá-la com uma mão de cada vez. Qual mão chegou mais alto, a 'certa' (de baixo) ou a 'trocada' (de cima)?

Entretanto, sua aplicação não é simples, especialmente em bolas do lado da mão forte (direito para os destros, esquerdo para os canhotos), já que o movimento intuitivo é ir com ela na bola. Fazer uma defesa de mão trocada requer elasticidade e, principalmente, domínio dos fundamentos da função - não é para qualquer um que calce as luvas e vá para o gol.

O caminho é longo e o trabalho é árduo, mas poucas coisas no futebol são tão recompensadoras quanto uma defesa de mão trocada com a ponta dos dedos, daquelas em que o atacante já sai arrogantemente para comemorar antes mesmo da bola entrar. Dá uma sensação de ter feito o impossível, de ter trapaceado o destino e as leis da física - mais ou menos como o Messi deve se sentir a cada jogo.