sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Brasileirão como le gusta

Não me lembro na história do futebol mundial de um campeonato tão acirrado quanto o Brasileirão desse ano. Normalmente, os campeonatos mais disputados, aqueles que marcam época, tem no máximo três times na briga no fim das contas. Pois bem, nós já estamos na reta final (faltam menos de 25% dos jogos por fazer) e ainda temos SETE aspirantes reais ao título.

Serão nove confrontos diretos entre eles, nove finais, nove jogos de parar a cidade - e isso sem contar os clássicos tradicionais e toda a luta contra o rebaixamento. Tem muito campeonato que não tem 9 jogos que gerem expectativa em toda a sua duração e nós vamos tê-los só no último quarto do Brasileirão. Enfim, o campeonato está exatamente como eu gosto, um tapa na cara de quem reclama da falta de emoção dos pontos corridos. E o melhor de tudo, o São Paulo ainda está na briga pelo título! #vaitricolor

Bom, como futurologia é uma arte ao alcance de todos, resolvi fazer umas simulações básicas dessas últimas rodadas para já me preparar psicologicamente. Para o pior, no caso, já que quase todos os cenários que eu simulei deram, em CNTP, Corinthians ou Botafogo no topo. E confesso que após uma avaliação fora de CNTP, meu maior medo é do Bota. Mas vamos às análises:

TABELA
- O Corinthians tem apenas um jogo do título (confronto direto). Pega Cruzeiro e Inter fora, deve (leia-se 'bem que podia') fazer no máximo 1 ponto. Depois, Ceará e Figueirense fora, além do clássico na última rodada. Acho que perde a ponta antes do fim do mês.

- O Vasco tem muita pedreira pelo caminho - 3 clássicos (que, no caso, são também jogos do título), o Bahia em Pituaçu e o São Paulo lá no Rio. É quem mais tem jogos de título, com quatro ao todo.

- O Botafogo tem 5 rodadas ganháveis antes do clássico contra o Vasco - incluindo aí o Santos na 4ª que vem – e depois recebe o Inter – que pode já não ter mais ânimo. O bom é que eles tem 2 jogos difíceis nas últimas rodadas – Atlético-MG brigando pra não cair lá em Minas e Fluminense. Ou seja, minha torcida é para ele perder ponto nessa sequência inicial – Atlético-PR (casa), Santos (fora), Avaí (fora), Cruzeiro (casa) e Figueirense (casa). Se perder do Santos, por exemplo, já dá uma boa freada no ímpeto. Tem três jogos do título.

- O São Paulo tem o problema de jogar melhor fora do que em casa, fica difícil analisar. Nossos piores jogos são Vasco, Furacão e Bahia, todos fora, além de Palmeiras (também fora) e Santos nas duas últimas. Ou seja, se mantivermos o aproveitamento fora de casa, estamos no páreo. Temos apenas um jogo do título, o que dá um frio na espinha.

- O Flamengo já deve perder o fôlego nessa rodada, contra o Ceará lá. Tem ainda Grêmio e Coritiba fora, além do Inter em casa e do Vasco na última rodada. Acho difícil chegar no final brigando, mas se negociar bem a ultrapassagem nos três não-jogos-do-título mais complicados, até tem chance. Tem dois jogos do título, no total.

- O Fluminense tem Ceará, Inter e Figueira fora, além de dois clássicos. Na minha opinião, é o que tem a tabela mais complicada, com jogos traiçoeiros mesmo quando não são confrontos diretos. Tem três jogos do título.

- O Inter pode ser o fiel da balança, desde que mantenha a motivação. Se ganha do Avaí esse fim de semana, vai receber o Corinthians empolgado e, depois, Fluminense, Flamengo Botafogo. Também tem quatro jogos do título e é meu favorito para roubar pontos dos concorrentes.

CENÁRIO IDEAL - ANÁLISE JOGO-A-JOGO
(entre parênteses, o total de pontos ganhos pelo time a cada rodada)

- SÃO PAULO: temos Atlético-GO lá (3 pts), Coxa aqui (6 pts), Vasco lá (nosso único jogo do título, temos que ganhar – 9 pts), Bahia lá (complicado, acho que só empata – 10 pts), Avaí aqui (13 pts), Furacão lá (se nunca conseguimos ganhar lá, não vai ser agora – 13 pts), América-MG aqui (16 pts), Palmeiras lá (19 pts) e Santos aqui (22 pts). Devemos fechar com 70 pontos, ganhando nosso jogo do título.

BOTAFOGO: pega Furacão em casa (3 pts), Santos fora (4 pts), Avaí fora (7 pts), Cruzeiro em casa (10 pts), Figueira em casa (13 pts – aqui, nós teríamos 10, ou seja, 4 a menos no total), Vasco fora (1º jogo do título deles – 13 pts), América-MG fora (16 pts), Inter em casa (2º jogo do título deles – 17 pts – a gente tem 16, 2 a menos no total), Atlético-MG fora (17 pts – a vingança do Cuca – nós fazemos 19 e assumimos a ponta) e Fluminense em casa (3º jogo do título deles – 20 pts). Fecha com 69 pontos, perde um e empata um jogo do título.

VASCO: tem Atlético-MG em casa (3 pts), Bahia fora (complicado – 3 pts), a gente em casa (1º jogo do título deles – 3 pts), Santos fora (muito próximo do Mundial – 6 pts), Botafogo em casa (2º jogo do título deles – 9 pts), Palmeiras fora (12 pts – o Bota tem 16, nós temos 13 e o Corinthians 10), Avaí em casa (15 pts), Fluminense fora (3º jogo do título deles – 15 pts) e Flamengo em casa (4º jogo do título deles – 18 pts). Fecha com 69 pontos, perde 2 dos 4 jogos do título.

CORINTHIANS: tem Cruzeiro lá (0 pts), Inter lá (único jogo do título deles – 0 pts), Avaí aqui (3 pts), América-MG lá (6 pts), Furacão aqui (9 pts – aqui nós e o Bota temos 13, ambos na frente deles), Ceará lá (10 pts), Atlético-MG aqui (13 pts), Figueira lá (14 pts) e Palmeiras aqui (17 pts). Fecha com 68 pontos, perdendo o jogo do título.

- FLUMINENSE: tem Palmeiras fora (3 pts), Atlético-MG fora (4 pts), Ceará fora (7 pts), Inter fora (1º jogo do título deles – 7 pts), América-MG em casa (10 pts), Grêmio em casa (13 pts), Figueira fora (16 pts), Vasco em casa (2º jogo do título deles – 19 pts) e Botafogo fora (3º jogo do título deles – 19 pts). Fecha com 66 pontos, perdendo 2 e ganhando um jogo do título.

- INTER: tem Avaí em casa (3 pts), Corinthians em casa (1º jogo do título deles – 6 pts), Atlético-GO fora (9 pts), Fluminense em casa (2º jogo do título deles – 12 pts), Cruzeiro fora (12 pts), Bahia em casa (15 pts), Botafogo fora (3º jogo do título deles – 16 pts), Flamengo fora (4º jogo do título deles – 17 pts) e Grêmio em casa (20 pts). Fecha com 64 pontos, ganhando 2 e empatando 2 jogo do título.

FLAMENGO: tem Ceará fora (1 pt), Santos em casa (4 pts), Grêmio fora (5 pts), Cruzeiro em casa (8 pts), Coxa fora (8 pts), Figueira em casa (11 pts), Atlético-GO fora (14 pts), Inter em casa (1º jogo do título deles – 15 pts) e Vasco fora (2º jogo do título deles – 15 pts). Fecha com 63 pontos, empatando um e perdendo um jogo do título.

Nesse cenário, chegaríamos na penúltima rodada com 6 pontos de diferença entre os sete times - ou seja, chances matemáticas para todos - sendo que dois pontos separariam o 1º do 4º. Na última rodada, teríamos  um ponto separando o 1º do 4º e dois pontos do 1º para o 5º. Quer coisa melhor?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pitacos sobre o retorno

- Fui ao Morumbi de tala, tomei uma baita chuva, tive que ouvir torcedor corneta desde os 5’ do 1º tempo e ainda perdemos para um time com FelipeRenato Abreu e Luxemburgo!

- Se não fosse o Luis Fabiano, eu nunca iria num jogo com tanto potencial para estragar meu humor. E dei tanto azar que até os pontos positivos do SPFC foram extremamente irritantes, como o Dagoberto comemorando o gol como se fosse o do título do Mundial na morte súbita. Ou o Rogério fazendo 3 milagres e a zaga continuar torcendo a cada cruzamento na área.

- Também tinha esquecido como nossa torcida é corneteira. Primeira jogada que o Wellington errou, começou o corinho de ‘Rivaldo’. O time só teve apoio real da arquibancada nos primeiros 15 minutos, até a bola-na-trave-impedido, depois foi só pressão e vaia. E na cativa foi ainda pior, com uma quantidade industrial de gente que usa o jogo como terapia.

- Achei incrível como o Denilson, no estádio, é muito melhor que na TV. Ele foi um monstro, antecipou todas as bolas, estava sempre no lugar certo pra fazer a cobertura. Com ele no meio, dá até para ter o Casemiro, que tem marcado igual ao Dagoberto, dando bote e desistindo quando é driblado.

- E por falar em Dagoberto, como é burro! Além da comemoração exagerada, que valeu um amarelo, ainda fez uma falta pra cartão logo na saída do jogo! Tão burro quanto o Lucas!

- Quanto ao Luis Fabiano, acho que o que falta é ritmo de jogo - e isso só se ganha jogando de verdade, jogo contra o sub17 não conta.

- Tomar família dos cariocas em casa é muito ruim, mas tão ruim quanto é ver a cabecinha que o SPFC tá desenvolvendo. Na hora das faltas do Rogério, o Adilson ficou gritando com o gandula pra roubar a bola do lado do gol do Felipe para não ter saída rápida! O Junior Cesar mandou a bola para fora pra ser atendido e nós não devolvemos, na maior cara de pau! Só faltava ter arrumado briga no fim do jogo pra virar várzea de vez.

- Ah, além de corneta, nossa torcida é burra! Sai gol do Vasco contra o Corinthians, os caras comemoram! Preferem perder o título, desde que o rival perca também? O Ronaldinho estava morto em campo, não dando nem um mísero drible, e começam a provocar o cara. Deixa ele morto, vai cutucar justo ele? Sem falar que a birra com o Adilson fez o Luis Fabiano sair embaixo de vaia – na hora, pensei que a única alternativa do Adilson para substituir sem vaia era pôr o Rivaldo ou tirar o Luis Fabiano. Enganei-me redondamente.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Curtas da Lui

- Estamos em pleno processo de desfraldamento. Às vezes, quando escapa um xixi especialmente calamitoso (por exemplo, quando a Lui está sentada no colo da mamãe), nós perdemos a esportiva e brigamos com ela. Um dia, ela fez xixi no banho e a mamãe disse que não tinha problema, que no banho, no peniquinho e na privadinha podia fazer. Ela ainda perguntou para confirmar "Não tem problema?" e a mamãe decretou, "Não, não tem problema."

Algum tempo depois, após um almoço em casa, ela foi escovar os dentes com o papai. Ela fechou a tampa da privada, subiu, pegou a escova que o papai deu e ficou escovando os dentes. De repente, virou apra mim e disse "Não tem problema, né?". Eu, inocente, perguntei "O que não tem problema, Lui?". Ela só repetiu o "Não tem problema, né?" (o né no final é mais uma afirmação, uma coação para você concordar com ela que uma pergunta) e fez o xixi. Na privadinha, como o papai e a mamãe queriam. Ninguém falou nada de levantar a tampa, ora bolas.

- Ligo para casa e a Lui pede para falar comigo. Já não é mais aquela conversa tímida, a menina já tá 100% entrosada com o telefone. Pra começar, vem com um "Oi, papai!". A gente conversa um pouco e eu pergunto se ela vai me dar beijos e abraços quando eu chegar em casa. A resposta, em tom de quem explica o óbvio, é um "Calo, papai!".

- Madrugada de domingo para segunda, a Lui começa a chorar. Papai vai lá, faz carinho, diz que tá tudo bem. Ela diz "Qué carro! Qué McQueen!". Eu ponho devolvo a chupeta, ela vira para o lado e dorme de novo.

- Ela inventou um barulho para quando não sabe a resposta para alguma coisa: é "clu-clu-clu".

- Ela coleciona o álbum Galeria Disney e o Princesas para Sempre. E sabe qual é o nome daquela figurinha que saiu no pacotinho, mas você já tem colada? Repitiba.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Clássico é clássico

Ainda estou achando difícil entender como um jogo pode ser tão bom e tão ruim ao mesmo tempo quanto o São Paulo 1x1 Palmeiras desse domingo.

O gol do Dagoberto foi coisa de cinema: um lob no Marcos com requintes de crueldade. A defesa do próprio Marcos na tentativa do Fernandinho foi espetacular, coisa de quem sabe muito do assunto - ainda mais com o santo reclamando de dor no braço por causa da força do chute. A defesa do Rogério Ceni na bicicleta do Luan foi surreal, coisa difícil de se imaginar - e mais ainda de se executar. A tabelinha entre Dagoberto e Rivaldo, que culminou numa pancade de esquerda raspando a trave, também foi de empolgar.

Por outro lado, tivemos umas 4 ou 5 bolas isoladas de joanete pelo Xandão - lances que seriam bisonhos no Campeonato Interno do Paulistano. Os passes da ala direita do São Paulo, com Piris e Wellington também estavam sofríveis. O João Filipe nos brindou com uma arrancada seguida de mergulho daquelas de despertar a vergonha alheia. Até Rogério e Marcos contribuíram para o show de horror: o primeiro, não saindo do gol nem em bola dentro da pequena área e o segundo, batendo um tiro-de-meta no pé do atacante são-paulino. E deve ter tido mais alguma do Palmeiras que eu não registrei - ninguém joga com Leandro Amaro impunemente.

Em um jogo bi-polar como esse, não era possível mesmo o resultado agradar a algum dos lados. Bom para os corinthianos, que se mantém na liderança a despeito do esforço do time para entregá-la de mão-beijada.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

The times they are a-changing...

O Uol publicou uma entrevista no ex-goleiro do Inter João Gabriel no fim de semana (leia aqui). A chamada da matéria foi totalmente apelativa, como sói acontecer no portal, deixando de lado a história principal (que, convenhamos, é apenas fairly interesting) para puxar as duas frases polêmicas do cara e as tirar do contexto. Como diz um jornalista que sigo no twitter, é a vitória do jornalismo-de-resultados sobre o jornalismo-arte. Mas, enfim, esse é apenas um parênteses. O que eu quero mesmo é me solidarizar com as duas frases polêmicas do João Gabriel, até para complementar um raciocínio que comecei aqui.

Não tenho a menor dúvida de que a técnica vem sendo cada vez mais deixada de lado na preparação dos goleiros. Para mim, o João Gabriel colocou até de maneira elegante, atribuindo parte da 'culpa' à evolução do material da bola. Eu já acho que as coisas estão involuindo a olhos vistos faz alguns anos, graças aos treinadores de goleiro, à conivência dos técnicos e à ignorância dos comentaristas.

Isso não quer dizer que Rogério Ceni, Marcos e Julio César sejam maus goleiros, nem que eu seja melhor que eles - como alguns trolls que infestam a caixa de comentários do Uol sugeriram. Significa, apenas, que estamos desperdiçando o potencial enorme de uma geração inteira de goleiros, que estão se desenvolvendo sem levar em conta os princípios básicos da função, os fundamentos. Seus ícones, inclusive, já estão se aproximando do ocaso e, por mais gloriosas que tenham sido suas carreiras, fico com uma saudade do que poderia ter sido, como diria Clarice Lispector.

Já imaginou São Marcos com os fundamentos do Zetti? Todos aqueles reflexos, a coragem e a sorte somados à colocação perfeita, à pegada segura...ou o Rogério, somando sua elasticidade à trocada de mão correta? Era capaz de ter caído com a bola naquela falta do Gerrard.

Enfim, o jogo está evoluindo (Messi e Neymar são provas vivas de que, cada vez mais, o futebol imita o vídeo-game) e os goleiros não estão acompanhando o ritmo - ou estão, já que goleiro de vídeo-game costuma ser ridículo. E essa constatação é triste, uma vez que a eficiência da posição foi responsável pelas maiores alterações de regra e tática nos últimos 20 anos - em outras palavras, houve um tempo em que os atacantes precisavam de uma nova regra ou um ardil tático para nos vencer. Hoje, eles nos enfrentam em condição de igualdade.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quick facts da Lui

Algumas historinhas da Lui nesses últimos tempos:

- Ela já conta até 15 em português e até 10 em inglês;
- Ela canta várias músicas do começo ao fim e até ensinou uma música para a mamãe na hora de dormir (papai é testemunha via babá eletrônica);
- Ela sabe o nome de todos os membros do Clubhouse Disney, do Tigrão&Pooh e dos Backyardigans, além de ser o alter-ego do Stitch;
- Ela gosta do Bafo-de-Onça e pede para ver o desenho do Lobo Mau;
- O tio Titi subiu na sua escala de atenção depois que conseguiu convencê-la de que era amigo do Mickey;
- A festa dela de 2 anos teve a Minnie como tema e a mais forte candidata para a de 3 anos é a Cinderela;
- No dia seguinte à festa de 2 anos, quando o papai e a mamãe estavam arrumando a bagunça, ela virou do alto da sua bicicleta e disse 'Bigado da festa, mamãe! Bigado da festa, papai!';
- Quando ela tropeça e cai no chão (o que é bastante frequente), costuma dar risada e dizer 'upa, caí de maduro';
- Tombos ou batidas mais fortes ocasionam choros e pedidos imediatos pelo 'gelinho', que tem um poder curativo milagroso;
- Quando o machucado é em outra pessoa, ela solta um 'tadinho...té gelinho?' e dá um beijo na área machucada;
- A cor favorita dela é o exuberante zulmarelo. Pesquisas informaram que essa é uma cor indefinível, uma vez que muda cada vez que você pede para a Lui apontar qual é;
- Quando ela brinca de falar no telefone, começa com um 'Alô, tudo vai?'. Segundo a tradução materna, é uma mistura de tudo bem com como vai;
- Quando ela fala no telefone de verdade, adora mostrar o que está fazendo, apontando e dizendo 'ó';
- O melhor jeito de convencê-la a sair da escola é dizer que precisamos pegar o papai, que está com medo do Lobo Mau. E quando eu entro no carro, ela diz 'tá tudo bem, Luiza tá ati';
- A maior honraria que ela concede a alguém é pedir colo. Logo em seguida, vem o beijo e o abraço de urso, que ultimamente vem acompanhado de tapinhas nas costas e dela dizendo 'vai passar...'.
- Ela adora cosquinhas. Se você parar para ela recuperar o fôlego, grandes são as chances de ouvir um 'more!';
- Quando está com muita energia reprimida, ela gosta de fazer um circuito pela sala, subindo no pufe, escalando o encosto do sofá, margeando a parede até o outro lado da sala e pulando nas costas de quem estiver sentado no sofá;
- Ela reconhece o toque no celular da mamãe quando o papai liga. Uma vez, a mamãe estava lavando louça quando ela entrou na cozinha com o celular na mão, dizendo 'é o papai no alô!';
- O ritual para levá-la na escola inclui a visita a um par de Boxers que mora no caminho;
- Na classe da escola (o K-2A), são 7 meninos e ela; e
- Ela não tem medo do escuro. Na verdade, até gosta, de tanto o papai levá-la no escuro para dar risada de monstro (o que ela faz com maestria). Certa vez, acabou a luz na escola e todas as crianças começaram a choramingar. Todas menos a Lui, que ficou correndo de um lado para o outro dando as risadas monstruosas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aquí es trabajo, mi hijo!

Faz tempo que eu não percorro o fértil caminho das elucubrações ludopédicas. Minha principal desculpa era a falta de inspiração, uma soma de falta de assunto com distanciamento do mundo futebolístico. Pois eis que ontem, quando consegui assistir Peñarol x Santos, ambas as justificativas caíram por terra.

Já do meio para o fim do jogo, comecei a projetar uma possível (seguro-me para não escrever 'provável' e zicar o Santos) classificação de Muricy, Neymar, Ganso & cia para o Mundial de Clubes do fim do ano. Não só o épico embate com o Barcelona, mas todos os impactos que ele poderia dar no futebol mundial.

Por exemplo, imaginem que o Barça começa a temporada que vem do mesmo jeito que acabou essa: passando por cima do Real. Imaginem uma goleada na Supercopa da Espanha já para começo de conversa. Imaginem também que o confronto do 1º turno do Campeonato Espanhol aconteça logo antes do início do Mundial de Clubes e que role outra derrota acachapante dos comandados de José Mourinho. Chegado o Mundial, imaginem que o Barça enfie uma goleada histórica na semifinal contra um Al alguma coisa e chegue na final jogando seu melhor futebol até o momento.

Daí, imaginem a final. Imaginem que o Pará anule o Messi (como o Ceará anulou Ronaldinho em 2006). Imaginem que Arouca e Danilo sejam as sombras de Iniesta e Xavi e não os deixem respirar. Imaginem que Ganso deixe Neymar no mano com Puyol logo aos 10' e que o Santos abra o placar. Imaginem que o Barça vá para a pressão, tenha 75% de posse de bola, mas que Rafael faça a melhor partida da sua vida (como Rogério Ceni em 2005) e que, no contra-ataque, o Santos faça 2x0 ainda no 1º tempo.

Imaginem que o panorama não mude no 2º tempo - o Barça suba para 80% de posse, o Santos se defenda como se a vida dependesse disso. Guardiola lança mão de todos os seus atacantes no banco, Daniel Alves vira ponta-direita, o esquema lembra um 2-3-5. Messi consegue se livrar de Pará pela primeira vez no jogo, mas Edu Dracena aparece na cobertura e dá um bico na bola. No primeiro contra-ataque que encaixa no 2º tempo, o Peixe amplia para 3x0.

O Barça não se entrega - ainda falta meia hora de jogo, ainda dá para sonhar com o empate. Porém, além de Rafael continuar operando milagres, a trave ainda salva o Santos em duas oportunidades. Aos 30', Ganso recebe uma bola no grande círculo, avança até a intermediária catalã e solta um petardo no ângulo de Valdéz. 4x0, caixão fechado.

Por fim, imaginem o que se passa na cabeça de Florentino Perez, presidente do Real, nessa hora. Os milhões gastos com Mourinho e os seguidos vexames pela mão dos maiores rivais. Seu elenco estelar se humilhando a cada encontro com os blaugranas. E esse treinador brasileiro me consegue não só parar o Barcelona, mas ainda colocá-lo de joelhos! E por uma fração do preço! É tudo o que ele precisa!

No dia seguinte, o Marca divulga a demissão de Mourinho e a proposta milionária para Muricy ir do Santos para os merengues. The Special One solta o verbo contra o Real, a cidade de Madri e a Espanha como um todo e volta ao Chelsea, que por essa época já deve ter demitido seu 3º técnico do ano.

Uma comitiva merengue vem à Santos para fazer a proposta ao técnico brasileiro, sendo recebida para um churrasco em sua casa no Guarujá. Depois de muita discussão, muita seda rasgada, Muricy condiciona seu acerto a dois pontos: a diretoria santista liberá-lo do contrato e o Real contratar também o Pará. Florentino, que esperava ter que desembolsar milhões para levar Neymar e Ganso, aceita na hora.

Assim, nasce a era do Muricy-fútbol!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bolsão do Brasileirão

Aproveitando uma idéia genial do Everton na Copa do Mundo, organizei um Bolsão (Bolão + Bolsa de valores) para o Brasileiro desse ano. As regras não são simples, mas também não são nada de outro mundo - lendo com atenção, dá até para entender de primeira.

O jogo consiste em uma mescla de futurologia futebolística com mercado de ações. A idéia é fazer com que cada um dos participantes seja um investidor na Bolsa de Valores do Brasileirão - Série A. Cada um começa com um valor definido ($ 100.000) e pode comprar ações dos times a cada janela de negociação. As janelas acontecem a cada 3 rodadas, com exceção das últimas de cada turno, que são de clássicos. Assim, serão 14 atualizações no ano inteiro (7 por turno), com uma distância mínima de 1 semana e máxima de 3 semanas entre elas.

A carteira de ações de cada investidor deve ter um mínimo de 4 e um máximo de 8 papéis (times) por janela. A quantidade de cada papel é definida pelo caixa de cada investidor.

As regras de valorização é que complicam um pouco, mas nada de outro mundo.

Os times são divididos em 4 clusters: Zona da Libertadores, Zona da Sul-americana, Limbo e Zona do Rebaixamento. Jogos contra times de cluster mais alto são mais difíceis que contra os de cluster mais baixo. Assim, tudo o que um time fizer contra um time de cluster mais alto vale mais do que o de cluster mais baixo. Da mesma forma, jogar fora de casa é mais difícil do que em casa, então vitórias e gols fora dão mais bônus, enquanto derrotas e gols sofridos em casa tiram mais. Porém, alguns times são melhores que os outros em casa e fora. Assim, todos os bônus são multiplicados por 1 + o aproveitamento de pontos do adversário em casa ou fora (dependendo de onde ele estiver jogando). Assim, ganhar de um time que nunca perdeu em casa vale duas vezes mais que de um que não ganhou nenhuma.

Resumindo: podemos ganhar $ com vitórias, empates, gols pró e saldo de gols positivo e podemos perder com derrotas, gols sofridos e saldo de gols negativo.

A pontuação inicial dos times é um bem bolado entre o total de pontos obtidos pelo time na história dos pontos corridos (vezes 2 = fator histórico), a média de pontos obtidos por todos os 20 times na história dos pontos corridos e um bônus referente à posição no ano anterior (20 pontos para o campeão, 19 para o segundo, etc).

Cada investidor recebeu uma planilha com um simulador, onde pode palpitar os resultados e ver quais papéis terão maior valorização no período. O simulador também serve como ordem de compra, enviada a mim até o fechamento de cada janela com a composição da carteira, além de ser uma ferramenta para acompanhar o desempenho dos papéis durante a janela. É só jogar o resultado real lá para ter uma visão real-time da sua carteira. É, amigo, pintou bolinha na tela é dinheiro no bolso. Ou não.

Os investidores participantes são:
Edu - idealizador do Bolsão do Brasileiro
Everton - inventor do formato do Bolsão, favorito natural ao posto de George Soros do jogo
Thiago, Rafa, Danilo, Sergio, Renny, Katsuo, Serginho - turma ex-VR que participou do Bolsão da Copa do Mundo. O Rafa, inclusive, foi o campeão, com uma arrancada fantástica no final
Bruno e Helmer - irmãos do Serginho
Nando - meu irmão, jura que vai entender as regras até o fim do 1º turno
Leo - meu 'irmão', experiente nos bolões tradicionais, veio testar sua habilidade em outro campo
Gustavo - trivelista, jornalista esportivo, entrou para dar um toque de qualidade no meio campo do Bolsão
Fabio - pitaqueiro, palmeirense e degustador do futebol mundial, também veio buscar novos horizontes, além dos Fantasys da UEFA

Para fins de compliance e em prol da transparência de informações, vou divulgar os palpites e resultados do Bolsão aqui, Onde Não Nasce Grama.

Sejam todos bem-vindos para pitacar, cornetar e comentar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia do Goleiro

Eu até pensei em postar alguma coisa em honra a nós, goleiros, que merecemos mais do que ninguém. Porém, veio o Manuel Neuer e me fez essa baita homenagem aqui. Como isso vale mais do que qualquer coisa que eu pudesse ter escrito, simplesmente assino embaixo - principalmente na cabeçada do Giggs, no 1º tempo.

PS - O vídeo tem mais de 4 minutos, mas a homenagem vai apenas até os 2m30s. O blog aconselha veementemente que não se assistam as cenas seguintes, que são, pra dizer o mínimo, assaz desrespeitosas num dia tão importante.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Eba! Papai tá ati!

Para quem ainda não sabe, a Lui já fala e entende praticamente tudo. Ela ainda tem palavras específicas na língua dela, como 'Titi' para Mickey e 'Pacolulu' para o Sapo Cururu, mas a comunicação flui facilmente - desde que ela esteja sem a chupeta (ou 'sassy', de 'pacifier') na boca, claro.

Certa vez, ela e a mãe foram me buscar perto do Pão de Açúcar, onde o fretado me deixa. Como elas ainda iam demorar para chegar, eu aproveitei para fazer algumas compras e, entre outras coisas, levei pão. Um pão recém saído do forno, com aquele cheirinho convidativo.

Quando as duas chegaram e eu entrei no carro, o aroma invadiu o ambiente e a resposta foi praticamente imediata:
- Papai, té pão!
A partir desse dia, toda vez que a Lui vai me buscar de carro, sou recebido não com um 'oi' ou um beijo, mas com um 'té pão'. Nada te faz sentir tão bem-vindo quanto um 'té pão'. Principalmente quando você esquece de comprar o tal do pão.

Além disso, ultimamente a Lui tem demonstrado uma certa preferência por ser retirada da cadeirinha pela mãe e não por mim. Basta a gente entrar na garagem - eu nem sequer me mexi no banco - que ela começa a dizer:
- Não, Papai! Mamãe, mamãe! Não, Papai!
Também é excelente para a autoestima, quase não faz você pensar o que será que fez de errado. E ontem, a San ainda virou para a Lui e disse:
- Não pode falar assim com o Papai, isso é muito feio!
Pois a baixinha só ouviu 'Papai' e 'feio'. Ela veio até mim, deu um tapinha na minha perna e falou:
- Feio, Papai!

Isso tudo só para ilustrar minha expectativa quando fui tirar a Lui do banho - o que por si só já é um trabalho hercúleo. Pois bem, depois de extrair a princesa do chuveiro, secá-la, colocar a fralda e o pijama, começou o processo de convencê-la a ir dormir.

Normalmente, esse processo pode ocorrer de duas maneiras: ou ela desmaia já no trocador, ou fica brigando para não dormir. Ontem parecia que ia ser do tipo difícil, até que ela viu uma foto no mural do quarto e quis dar um beijo de boa noite nos amigos. Depois da sessão de beijos, foi tudo mais fácil: ela tomou o leitinho, pediu o Titi e a Minnie e dormiu. Ou pelo menos foi o que eu pensei.

Estava na cozinha preparando as mamadeiras da madrugada, quando ela começou a chamar:
- Papai! Mamãe! Mamãe!
Como a mãe estava indisponível, lá fui eu ver o que a baixinha queria, já preparado para ouvir um 'Não, Papai! Té Mamãe!'.

Abri a porta e antes que eu falasse alguma coisa, ela disse:
- Mamãe, té papai!
Eu respondi com um 'Papai tá aqui' e daí ela soltou a frase do dia (e da semana, se não for do mês ou do ano):
- Eba! Papai tá ati!

Nada mais a declarar.

Diz a lenda...

...que um blog só é dado como morto após um ano de inatividade. Pois cá estou eu para comprovar o dito!

Em verdade, digo-vos que só um acontecimento de grande porte me traria de volta para cá, para Onde Não Nasce Grama. Algo capaz de redistribuir as forças elementares do Universo. Nada dessas frivolidades de Copa do Mundo ou aposentadoria do Ronaldo, nada de eleições presidenciais, terremotos, tsunamis ou guerras.

Para garantir a correta distribuição dos assuntos nos marcadores, deixo mais detalhes para o próximo post.