domingo, 6 de maio de 2012

Pitacos avulsos

Fazendo uma análise relâmpago de Guarani 0x3 Santos (vendo só os gols, diga-se de passagem), tive um insight: essa pressão toda para o Neymar ir para a Europa não se justifica. Aqui no Brasil ele está evoluindo a olhos vistos, fazendo algo novo a cada jogo, com tão poucos buracos em seu repertório que seus detratores são obrigados a apelar para uma suposta tendência ao cai-caísmo do garoto (confesso que concordo com eles, os detratores, mas só quando o Neymar enfrenta o São Paulo).

Já o Ganso é outra história. Extremamente talentoso e cerebral, mas ainda com falhas de fundamento semi-básicas - o pé direito dele, por exemplo, não deve servir nem para subir no ônibus. Hoje, no 2º gol ele só não entrou de bola e tudo porque fugiu do domínio com o pé ruim. Esse é o tipo de coisa que se deixa passar no Brasil, em nome do talento, da extrema aptidão que o craque tem em outras funções do jogo. Na Europa, ele ficaria todo dia depois do treino praticando o pé ruim.

Não é que os europeus são melhores que nós, longe disso, mas que culturalmente eles se preocupam mais com os fundamentos do que a gente - com as honrosas exceções de praxe: Telê fazia o Cafu treinar cruzamento todo dia e ele nunca teve uma média de acertos tão boa quanto a do começo da carreira, no São Paulo.

Em síntese, acho que o Neymar está com a carreira no caminho certo (apesar do seu empresário), mas que o Ganso (e a seleção brasileira) se beneficiaria muito de uma transferência para a Europa agora, quando seu jogo ainda pode ser moldado.

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