Como sabemos, essa é uma das raras situações em que o goleiro tem menos responsabilidade que o atacante aos olhos do público leigo em geral (que inclue a maioria dos comentaristas televisivos). Porém, há alguns comportamentos mínimos que se esperam do honrado guarda-metas, dentre os quais o que mais se destaca é a postura.
Voltemos à cena. É o atacante quem dá as cartas, é ele quem define qual será a dança. O goleiro precisa se preparar para todos os cenários: ao mesmo tempo em que se aproxima do ofensor para fechar o ângulo, deve manter uma postura que o permita ir na bola ao menor indício de conclusão. Na teoria, isso significa manter os pés paralelos, os joelhos levemente flexionados e as mãos ao lado do corpo - praticamente um pistoleiro em duelo de Faroeste. Na prática, o goleiro deve ficar na posição que achar mais confortável para uma defesa rápida, no reflexo.
Ontem, no Atlético-MG e São Paulo de abertura da Libertadores, tivemos um exemplo certo e um errado da postura frente ao atacante. No primeiro gol do jogo, Ronaldinho recebeu a bola dentro da área sozinho e cruzou para o Jô. Reparem na postura do Rogério Ceni, ereto e dando um passo à frente, pego totalmente de surpresa pelo lance:
Isso que dá oferecer água ao inimigo |
Pode-se discutir o enésimo 'renascimento' do Gaúcho, as mirabolâncias táticas do Ney Franco ou o 'medinho' de levar o empate do Cuca, mas o que realmente decidiu a partida foi a postura dos goleiros nesses dois lances capitais.
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