domingo, 6 de julho de 2014

De heróis e pênaltis

Disputa de pênaltis é uma coisa complicada, inverte a polaridade de heróis e vilões. Lembro um São Paulo x União Barbarense em um Paulistão daqueles malucos onde empates iam para os pênaltis com um ponto extra em disputa. O São Paulo ganhava de 2-1, um jogo modorrento como só o Paulistão consegue produzir. No último minuto, o falecido Adil bateu uma falta quase da intermediária no ângulo e empatou o jogo. Festa, euforia e tal. Nos pênaltis, advinha quem erra a cobrança? O Adil. No fim, o São Paulo saiu eufórico por ter ganho nos pênaltis, apesar de ter perdido um ponto praticamente ganho. A Barbarense saiu cabisbaixa, mesmo recuperando um jogo perdido. E o Adil, o herói que empatou o jogo no apagar das luzes, saiu como o vilão por ter perdido seu pênalti.

Holanda x Costa Rica foi um pouco disso. Jorge Luis Pinto vinha se dando melhor que Van Gaal durante o jogo, muito por causa da atuação brilhante de Navas. Aos 15 minutos do 2o tempo da prorrogação, Van Gaal troca o goleiro, que entra pra pegar dois pênaltis e classificar o time pra semi. Navas foi o melhor em campo, mas "decepcionou" porque não pegou pênalti. Van Gaal levou um nó tático em boa parte do jogo, mas sai como o gênio que pôs o cara certo pra decidir. Robben e Van Persie saem eufóricos por chegarem à semi e a torcida nem lembra que eles perderam o duelo com a zaga e o goleiro dos Ticos - o Van Persie, especialmente, perdeu gols de fazer corar Deivid e André Lima. E a Costa Rica, que fez a melhor campanha da história do país, bateu de frente com as potências mundiais, sai de cabeça baixa porque viu a vaga chegar muito perto.

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