terça-feira, 17 de novembro de 2009

Capítulo 12

Após alguns segundos recuperando o fôlego, Longdon abre os olhos e vê que todo o conteúdo da sua mala se espalhara pelos quatro cantos do vagão na queda. Com o auxílio do homenzinho, ele começa a recolher seus pertences, desculpando-se profusamente com uma senhora sobre a qual havia aterrissado seu frasco de shampoo para cabelos oleosos. Os demais passageiros permaneciam impávidos em seus lugares e, felizmente, ninguém mais havia sido atingido.

Nossos heróis levaram trinta minutos e cinco estações para reunir os restos mortais da bagagem – e Longdon ainda sentira falta da coleção “Esmiuçando o Código Da Vinci”, de 13 volumes, sem a qual não viajava para não ser pego desprevenido por alguma pergunta capciosa. Assim que fecharam a mala, o homenzinho fez um sinal indicando que era hora deles descerem e uma voz cansada anunciou a Estação Liberdade. Longdon, abraçado em sua mala, seguiu o homenzinho para a porta do vagão.

Quando a porta se abre, o professor se depara com uma multidão de olhos amendoados na plataforma! Tomado pelo pânico, vendo em cada um deles um cúmplice de seus perseguidores, Longdon agarra o braço de seu guia com uma mão e o cano de apoio do trem com a outra, sem nem se importar com a mala que se abre novamente ao cair no chão.

- Ficou louco, homem? É aqui que a gente desce! – pondera o homenzinho, tentando livrar o braço.

- Quem ficou louco foi você! Não viu que vamos mergulhar nas hostes do inimigo?

- Que mané hostes! A Liberdade é o bairro japonês de São Paulo! Nossos inimigos são uma gangue de coreanos e um negão de dois metros de altura! Vamos descer antes que feche a porta!

- Well, não acho que essa pequena diferença geográfica seja o suficiente para arriscar minha preciosa vida. Afinal, o símbolo máximo de um país é a sua bandeira e as bandeiras de Japão e Coréia são parecidas as hell!

Enquanto os dois discutiam, as portas voltaram a se fechar e o trem acelerou. Aliviado, Longdon sentou no banco, observando pela janela as pessoas que iam ficando para trás. Com a testa apoiada no vidro da porta, o homenzinho murmurava alguma coisa relativa a pedras e cruzes quando um estrondo atraiu a atenção de todos os passageiros!

Na plataforma de embarque, dois coreanos corriam para emparelhar com o trem e um deles tentava quebrar o vidro da porta com a coronha do revólver. Vendo que o trem se aproximava do túnel, os coreanos desistem da perseguição e correm em direção à saída.

Longdon não abriu a boca, mas em seu rosto o homenzinho pode ler claramente um maroto ‘eu não disse?’.

2 comentários:

  1. Mion. Tá chegando no limite do 15º capítulo. Espero que sua crise criativa tenha chegado ao fim e você já tenha produzido a continuação da emocionante história, caso contrário coreanos sinistros começarão a segui-lo.

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  2. Fabio M, o 16 já está pronto e o 17 no forno. Tá pensando que eu sou Palmeiras ou Flamengo, pra negar fogo na hora H?

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