segunda-feira, 30 de março de 2009
Have you ever seen the rain...
Sempre tive um pouco de preconceito contra esse tipo de CD, mas a música é realmente relaxante. Ideal pra enfrentar um congestionamento.
terça-feira, 24 de março de 2009
Soberania
Sem entrar no mérito da questão, nem discutir se a soberania de um time é benéfica ou estraga o campeonato, achei curioso o fato de que, esse ano, os campeonatos alemão e francês são os dois mais disputados da Europa. Na França, o Lyon é líder faltando 9 rodadas, mas a diferença para o vice, o Olympique de Marseille, é de apenas 1 ponto. E não é uma corrida só entre os dois: o 3º (Bordeaux) está a 3 pontos, com o 4º (Toulouse), o 5º (Lille) e o 6º (PSG) 1 atrás. Na Alemanha, o líder é o Hertha Berlim, com Wolfsburg, Hamburg e o próprio Bayern 1 mísero ponto atrás. Faltando as mesmas 9 rodadas, o Hoffenhein também tem chances, embora esteja a 4 pontos de distância.
Talvez pudesse se criar o termo 'manchesterização', mas do jeito que o Liverpool vem jogando, nem isso deve dar.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Efeito Pigmalião
O curioso é ter uma novela global relacionada à Índia em cartaz, bem na época em que eu estou lendo uma série que conta parte da história de lá. Será coincidência? Lembro de uma situação semelhante há alguns anos. Eu já havia passado perto dos livros de Tolkien um milhão de vezes. Já tinha lido a contracapa de cada um deles 112 mil vezes. Já tinha quase comprado A Sociedade do Anel aproximadamente 17.351 vezes. Um belo dia, meu irmão precisou ler O Hobbit para a escola e disse que achava que eu ia gostar. Um mês depois, quando eu já tinha sido fisgado e estava começando a ler As Duas Torres, foi anunciado o início das filmagens da trilogia O Senhor dos Anéis.
Isso poderia ser indício dos meus poderes paranormais (ou dos do meu irmão), mas acho que é apenas o efeito Pigmalião trabalhando. Imagine que numa agradável noite de verão, Peter Jackson sai para jantar com os donos da New Line Cinema e Christopher Tolkien (filho do J. R. R.) . No dia seguinte, com certeza, sai uma notícia num tablóide de fofocas de Hollywood sobre as chances de dali sair um filme sobre a trilogia - que, aliás, era uma lacuna imperdoável no acervo de filmes da raça humana à época. Lendo essa notícia, o responsável pelo estoque da Barnes & Noble resolve se antecipar ao crescimento da demanda e duplica a quantidade de cópias disponíveis das obras de Tolkien nas livrarias. O gerente da loja, percebendo que a quantidade de livros de Tolkien é muito maior que o cantinho da estante normalmente reservado a eles, passa a expô-los em um lugar mais central. O editor de Tolkien, vendo os livros ganharem destaque, liga para Christopher Tolkien para sugerir o lançamento de uma nova edição, revitalizada e com mais ilustrações. Porém, Christopher Tolkien não pode atendê-lo, pois está no meio de uma conferência telefônica com Peter Jackson e os donos da New Line Cinema, que nesse exato momento estão dizendo "eu não disse que a história ainda tem mercado? Olha lá, quase na estante central da Barnes & Noble!", tentando convencê-lo a filmar a trilogia. Christopher Tolkien pede um tempo para ponderar a possibilidade dos filmes (e já começa a pensar em atores para os personagens, como Chuck Norris no papel de Sauron) e acaba por autorizar a produção - que, como sabemos, foi um estrondoso sucesso.
É bem capaz da professora do meu irmão ter passado em uma livraria na época em que estava escolhendo os livros que a classe ia ler no ano e deu de cara com a estante do Tolkien. Teve aquele dejà vu de quando lera o livro, acionou sua memória seletiva, ficou 10 segundos se perguntando por que não pensara nisso antes e incluiu O Hobbit na lista. Daí para chegar em mim, no Viggo Mortensen e na cerimônia do Oscar foi um pulo.
O único senão dessa história é que confere alguma utilidade a esses parasitas sociais dos tablóides de fofocas.
Contagem regressiva
E eu mal posso esperar.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Atualizando a leitura - fev/09
Estou lendo O Tigre de Sharpe, de Bernard Cornwell. É a história de um soldado britânico nas guerras napoleônicas, com sete volumes publicados até agora. Sou fissurado por romances históricos desde Monteiro Lobato e gosto muito do estilo do Bernard Cornwell desde sua Trilogia de Artur (finalmente uma versão masculina para a história à altura de As Brumas de Avalon). Ou seja, é livro com potencial para 9 fácil.
Não sei se é assim para todo mundo, mas eu fico muito empolgado quando leio livros bons. Parece que nada pode dar tão errado que não possa ser corrigido.
quinta-feira, 12 de março de 2009
A moldura
No dia 01/02, na vitória do Ituano sobre o Santos por 2x0, nada menos do que 7 bolas sacudiram a moldura, sendo 6 em chutes do Santos e 4 do Kléber Pereira. Ontem, dia 11/3, mais 4 tiros tiveram o mesmo destino, todos desferidos pelos anfitriões.
Claro que a sugestão de que as traves sejam maiores que o normal aqui é piada (ainda mais sendo o estádio em Itu), mas há um caso curioso e semelhante na NBA. Na temporada 1989-90, quando Phil Jackson assumiu o Chicago, os Bulls eram fregueses de carteirinha dos bad boys do Detroit Pistons. Não sei se foi uma manobra para tirar o foco de mais uma eliminação, mas no fim da temporada Jackson acusou os Pistons de ter uma cesta menor que a outra em seu ginásio, the Palace of Auburn Hills. Segundo ele, quando Detroit atacava naquela cesta, seus pivôs e alas conseguiam muito mais rebotes ofensivos que o normal. E quando a defendia, deixava seus adversários arremessarem de longe, congestionando o meio. Era como se os jogadores soubessem que lá seria mais difícil acertarem.
Nunca se provou nada, mas na temporada seguinte os Bulls eliminaram os Pistons por 4-0 no caminho do primeiro dos seus seis títulos.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Sessão Corujão
No primeiro lance agudo do jogo, um lançamento longo de Jorge Wagner, Washington desviou de primeira, indefensável. Depois, o América passou a atacar mais e ele praticamente não foi exigido, até que o Hernanes arrumou outro excelente lançamento para o Washington. Contra todos os prognósticos da torcida são-paulina, o Coração-de-Leão deixou dois marcadores pra trás na corrida, só que adiantou demais a bola quando ajeitava para bater. Porém, Mesa não saiu do gol e o brasileiro teve tempo de chegar na bola e bater pra dentro.
Primeiro fato inusitado da noite: o zagueiro Viáfara (que, aliás, era o único do time que não tinha símbolo na camisa) foi tirar satisfação com o goleiro e ambos se engalfinharam na área. A TV nos poupou do espetáculo grotesco e o árbitro poupou os dois da merecida expulsão. Quem não poupou ninguém foi a torcida, que passou a vaiar toda vez que Mesa pegava na bola.
Lembrei da minha primeira participação na Copa São Paulo de Juniores, pelo Atlético de Sorocaba, em 1998. Eu tinha 18 anos e muito pouca quilometragem. Jogamos contra a Ponte-preta e perdemos por 4 x 2 com dois gols do Luis Fabiano e dois do Adrianinho. Eu errei a saída do gol no primeiro e estava adiantado no último e as 5 mil pessoas que compareceram ao estádio da Estrada de Ferro naquele domingo chuvoso também não me pouparam. Isso numa copinha, em um clube sem nenhuma perspectiva de passar de fase (o grupo tinha ainda o Atlético-MG). Só posso imaginar como foi a pressão em cima do Mesa lá em Cali, mas digo que não deve ter sido nada agradável.
No segundo tempo, logo aos quatro minutos, Miranda cabeceou uma bola à queima-roupa e Mesa espalmou, meio atabalhoado. No rebote, Borges completou para o gol. Não sei se houve falha dele, pois foi uma bola próxima, mas como a torcida já estava no seu pé, pensei que ia cair de pau em cima.
Segundo fato inusitado da noite: a torcida pegou leve com o garoto após o terceiro gol. Não chegou a apoiá-lo abertamente, mas deixou de vaiá-lo a cada lance, o que já deve ter tirado um baita peso dos ombros dele. Óbvio que o seu rendimento também melhorou, pegando três chutes fortes que, embora tenham ido em cima dele, podiam ter complicado bastante um goleiro já inseguro. Mas onde é que já se viu uma torcida compreensiva e racional?
Opa, eu disse racional? É melhor retirar cada letra da palavra. Logo após o gol, a torcida começou a jogar objetos no campo. O árbitro, o argentino Hector Baldasse, interrompeu a partida, pegou o radinho e o levou até o quarto árbitro.
Terceiro e último fato inusitado da noite: Baldasse, de muito bom humor, simulou algumas vezes estar ouvindo rádio no caminho até o quarto árbitro. Quando mais tarde jogaram um celular em campo, achei até que ele iria atender.
No fim das contas, o garoto Mesa até que se saiu bem. Pelo menos melhor do que eu em 98.