Diz a lenda (se comprovar os mil gols do Romário já foi difícil, imagina levantar as estatísticas de um goleiro na Rússia soviética das décadas de 50 e 60) que, durante seus 22 anos de carreira, Yashin defendeu 150 pênaltis. Dá quase 7 por ano. Isso do cara que disse que "A alegria de ver Yuri Gagarin no espaço só é superada pela alegria de uma boa defesa de um pênalti". A lenda, essa falastrona, também diz que ele ficou 207 jogos sem tomar gol nos 812 da carreira, entre Dínamo de Moscou e seleção soviética. Dá mais de 25%, ou 1 jogo invicto a cada 4. Isso em uma época em que 2 zagueiros e 1 volante eram sinônimo de retranca!
Uma das suas citações que eu mais gosto é "Que tipo de goleiro não se atormenta com o gol que sofreu? Ele deve se atormentar! E se ele estiver calmo, isso significa o fim. Não importa o que ele fez no passado, ele não tem mais futuro". Voltarei a esse tópico mais tarde, pois é parte do que eu penso da posição e dos problemas psicológicos necessários para abraçá-la. Há que se manter inconformado para ser um bom goleiro.
Procurando no Youtube, não achei nenhum clipe lá muito legal, mas esse já dá uma idéia de como o cara era bom, principalmente nas defesas cara a cara e nas pontes.
http://www.youtube.com/watch?v=tVa_OwJgUlY
Curiosidades da carreira de Yashin:
- Na sua estréia pelo Dínamo, em 1949, levou um gol de tiro-de-meta, o que fez com que amargasse o banco até 1953. Chegou a pensar seriamente em largar o futebol e se dedicar integralmente ao hóquei.
- Ele sempre foi considerado um goleiro frio, mesmo nas situações mais tensas dos jogos. Segundo consta, isso se devia ao cigarro que fumava antes dos jogos "para acalmar os nervos" e à vodca que tomava "para tonificar os músculos".
- Em 1962, ele foi considerado o principal culpado pela catastrófica campanha da URSS na Copa do Chile (lembrando que ser considerado culpado de um vexame nacional na URSS comunista era algo perigoso) e decidiu abandonar o futebol. Felizmente, reconsiderou a opção e voltou à meta do Dínamo e da seleção no ano seguinte, sofrendo apenas 6 gols em 27 partidas. Sua importância na classificação da URSS para a Eurocopa do ano seguinte foi tamanha que ele foi o primeiro (e único até hoje) goleiro a ganhar a Bola de Ouro de melhor jogador da Europa.
- Ele era fã do futebol brasileiro e de Gilmar dos Santos Neves. Em 1965, conseguiu uma licença do governo para visitar o Brasil e passou um tempo no Rio de Janeiro, curtindo as praias e treinando no Flamengo para manter a forma.
- Desde 1994 a FIFA entrega ao melhor goleiro da Copa do Mundo o troféu Lev Yashin. Preud'homme, Barthez e Kahn já receberam a honraria.
Nada melhor do que abrir o panteão de Lendas com o cara que devia dar o nome ao prédio.
devia ser engraçado você moleque caindo no chão e gritando yaaaaaaaaaaaashin... ninguém devia entender nada!!!
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