segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Ocaso de uma Era

Rogério Ceni já virou sinônimo de São Paulo Futebol Clube. Nada do que acontecer entre hoje e o fim da carreira dele pode mudar isso, nem um frango em final de campeonato - que ele inclusive já tomou, lá no Beira-Rio em 2006. Se ele não é o maior jogador da história do clube, está bem no meio da discussão, junto com Raí, Pedro Rocha, Roberto Dias e outros monstros sagrados.

Essa constatação pode parecer óbvia para os mais novos (para quem, como diz um amigo meu, Careca é apenas um cara sem cabelo), mas nem sempre o capitão tricolor foi a unanimidade que ele hoje é. Desde quando assumiu o posto do Zetti em 1997 até o início do milênio, Rogério passou por várias zonas de turbulência. Como, por exemplo, a freguesia para o melhor Corinthians que eu já vi, entre 1998 e 2002. Ou a obscura história da 'proposta' do Arsenal. Ou o 'time de pipoca'. Ou ainda o naufrágio dos galáticos do Morumbi frente aos Meninos da Vila em 2002. Qualquer um desses episódios podia ter encerrado precocemente sua passagem pelo São Paulo (como encerraram as de Kaká, Ricardinho e Julio Batista, entre outros) mas ele soube se reerguer a cada crise. Ao final de cada temporada, nasciam boatos sobre as contratações mais loucas para as mais diversas posições - menos para o gol. Lembro que após umas duas temporadas com zagas catastróficas (Jean, Julio Santos, Régis, Sorlei, Rogério Pinheiro, Pedro Paulo, Nem, entre outros de péssima lembrança) cheguei até a me perguntar se o problema não seria o próprio Rogério Ceni, uma vez que ele era o único elo comum a tantos fracassos defensivos.

De 2003 para cá é que o panorama atual começou a se desenhar. O São Paulo voltou à Libertadores, arrumou a cozinha e Rogério foi o protagonista de algumas das maiores glórias do clube.

O são-paulino consciente, aquele que enxerga mais do jogo do que a simples vitória ou derrota, já vem se preparando para o encerramento dessa trajetória brilhante. Cada falha parece ser um prenúncio do fim. Cada contusão parece ser a definitiva. Mas as falhas nesses últimos anos foram poucas e as contusões, menos ainda. Esse ano, foram 2 problemas musculares e essa fratura em menos de 4 meses. E 4 falhas nos últimos 2 jogos.

Pode até ser que estejamos testemunhando o começo do fim (como diz o ditado, viva todos os dias como se fosse o último, que um dia você acerta), mas torço muito para que ele não se deixe abater. Desejo muita força de vontade ao Rogério para dar a volta por cima. Que ele retorne à meta no Brasileiro e volte à Libertadores no ano que vem. Uma carreira como a dele não merece um fim melancólico assim.

E que Deus esteja com Bosco!

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